Nuvens ordenadas em Titã

Nuvens ordenadas em Titã

Titã é a maior lua de Saturno e a segunda do Sistema Solar, depois de Ganimedes, em Júpiter. É maior até do que um planeta, Mercúrio, e tem quase uma vez e meia o tamanho da Lua terrestre. Titã é a única lua no Sistema Solar a ter uma atmosfera densa, com pressão maior do que a terrestre, e o único objeto além da Terra no qual foram encontradas evidências da existência de corpos de água.

Até há poucos anos, pouco se sabia sobre a lua de Saturno, mas o cenário mudou radicalmente após a entrada em cena da missão Cassini, parceria entre as agências espaciais norte-americana (Nasa), europeia (ESA) e italiana (ASI) que desde 2004 investiga o planeta e suas luas.

Agora, um estudo publicado na edição desta quinta-feira (4/6) da revista Nature revela que os padrões da cobertura global de nuvens em Titã obedecem a modelos climáticos, como ocorre na Terra. O estudo é também o primeiro a oferecer evidência observacional da interação entre marés em Saturno e a atmosfera no satélite.

As nuvens em Titã são resultado da condensação de metano e de etano. A pesquisa usou dados de 39 meses de sobrevoos pelo satélite, entre 2004 e 2007, e verificou que as nuvens estão presentes particularmente no hemisfério Sul, que corresponde ao verão.

A partir de modelos de circulação, os pesquisadores estimaram que a distribuição das nuvens deve mudar com as estações, em uma escala de tempo de 15 anos terrestres. Até agora, os modelos eram muito limitados e as previsões de longo prazo não puderam ser verificadas por meio de observações.

No novo estudo, Sébastien Rodriguez, da Universidade de Nantes, na França, e colegas mostram que, em geral, as nuvens são observadas onde haviam sido previstas que estivessem de acordo com modelos de circulação.

Entretanto, a atividade no hemisfério Sul, à medida que o equinócio se aproxima (no próximo mês de agosto), não parece seguir o declínio previsto pelos modelos. Segundo os pesquisadores, o motivo é a existência de correntes nas nuvens nas latitudes meridionais atribuídas à influência de Saturno, à medida que o satélite orbita seu planeta.

Mais informações sobre a missão Cassini: http://saturn. jpl.nasa. gov/index. cfm.

O artigo Global circulation as the main source of cloud activity on Titan, de Sébastien Rodrigues e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

Fonte: www.gea.org.br

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