Cientistas prevêem que pico do ciclo solar ocorrerá em 2013

Todos que acompanham as notícias sobre as tempestades solares sabem que o nível atual de atividade do Sol está bem baixo, o que significa poucas tempestades geomagnéticas aqui na Terra. Agora, uma comissão internacional de pesquisadores lançou uma nova previsão de atividade, prevendo um número de manchas solares abaixo da média.


O estudo, elaborado por dezenas de cientistas de nove instituições diferentes prevê que o atual ciclo solar 24 deverá atingir seu pico em maio de 2013, com aproximadamente 90 manchas solares, o menor valor desde 1928 durante o ciclo solar 16, quando o número de manchas solares atingiu o máximo de 78

"Apesar dos modelos indicarem ser este um ciclo solar fraco ou abaixo da média, não significa que a atividade solar seja fraca", disse Doug Biesecker, diretor da comissão e cientista chefe do Centro de Previsão de Tempo Espacial, da Universidade de Boulder. "Mesmo os ciclos abaixo da média são capazes de produzir severas tempestades solares. A grande tempestade geomagnética de1859, por exempl
o, ocorreu em um ciclo da mesma magnitude do que estamos prevendo para 2013", disse o pesquisador.


Nova Previsão

A atual previsão é uma revisão daquela divulgada em 2007, quando os pesquisadores acreditavam que o mínimo solar ocorreria em março de 2008, seguido por um forte máximo em 2011 ou um fraco máximo em 2012. Na ocasião, diversos modelos computacionais geraram previsões, deixando os pesquisadores em dúvida sobre os valores corretos.

"Isso nos mostrou que nenhum dos modelos estava correto", disse Dean P
esnell, que representa o Centro Espacial Goddard, na Nasa. "O Sol está muito estranho e se comportando de maneira inesperada, mas de um jeito muito interessante", disse Pesnell.

Desde 2007 o Sol está anormalmente quieto, com pouca ou quase nenhuma atividade eletromagnética. No entanto, nos últimos meses pequenas manchas, ou proto-manchas, parecem surgir com
maior frequência no disco solar e enormes correntes de plasma na superfície estão ganhando intensidade. Emissões eletromagnéticas, apesar de fracas, também já estão sendo detectadas pelos radiotelescópios. No entender de Pesnell esses sinais são uma clara evidência de que o Sol está acordando e dão maior sustentação às previsões, que agora são quase unânimes entre os cientistas.


Entendendo

Para quem não sabe, a cada 11 anos o Sol passa por momentos alternados de alta e baixa atividade eletromagnética, conhecidos por mínimos e máximos solares. Esse período é chamado de ciclo solar ou de Schwabe e desde que as observações começaram a ser feitas já f
oram contados 23 ciclos até o ano de 2007.

Durante o máximo solar, grandes manchas e intensas explosões ocorrem quase diariamente.
As auroras surgem nas latitudes médias e violentas tempestades de radiação danificam os satélites em órbita. A última vez que isso ocorreu com tal intensidade foi entre os anos de 2000 e 2001.


No Mínimo Solar ocorre o contrário. Quase não existem flares solares e podem passar semanas sem que uma única mancha quebre a monotonia do disco solar. É exatamente esse o momento atual que estamos passando, o início do ciclo solar 24.



A mais intensa


A tempestade geomagnética mais intensa que se tem registro foi denominada Evento Carrington e ocorreu entre agosto e setembro de 1859. A intensa tormenta foi testemunhada pelo astrôn
omo britânico Richard Carrington, que observou o fenômeno através da projeção da imagem do sol em uma tela branca. Na ocasião, a atividade geomagnética disparou uma série de explosões nas linhas telegráficas, eletrocutando técnicos e incendiando os papéis das mensagens em código Morse.


Relatos informam que as auroras boreais foram vistas até nas latitudes médias ao sul de Cuba e Havaí. Nas Montanhas Rochosas, no oeste da América do Norte, as auroras eram tão brilhantes que acordavam os camponeses antes da hora, que pensavam estar amanhecendo. As melhores estimativas mostram que o Evento Carrington foi 50% mais intenso que a supertempestade de maio de 1921.


Inverno Implacável

O mínimo mais longo da história, o Mínimo de Maunder, ocorreu entre 1645 e 1715 e durou incríveis 70 anos. Manchas solares eram extremamente raras e o ciclo solar de 11 anos parecia ter se rompido. Esse período de silêncio coincidiu com a "pequena Era do Gelo" uma série de invernos implacáveis que atingiu o hemisfério Norte.

Por razões ainda não compreendidas, o ciclo de manchas solares se norm
alizou no século 18, voltando ao período de 11 anos. Como os cientistas ainda não compreendem o que disparou o Mínimo de Maunder e como pode ter influenciado o clima na Terra, a busca por sinais de que possa ocorrer de novo é um trabalho constante nas pesquisas.


Fotos: No topo, imagem feita com o telescópio imageador de ultravioleta extremo, a bordo do telescópio espacial Soho. A cena mostra a atmosfera solar sondada no comprimento de onda de 304 nanômetros (ultravioleta). Neste faixa, o material mais claro situa-se entre 60 mil e 80 mil graus Kelvin. Na sequência, gráfico mostra a atividade solar desde 1610, com destaque para o Mínimo de Maunder, de 70 anos de inatividade.Acima, fenômeno da aurora, provocado pelo choque das partículas eletricamente carregadas vindas do Sol contra as moléculas das camadas elevadas da alta atmosfera. Acima, Créditos: Soho/Esa/Nasa/Mike Hollingshead/Spaceweather/Apolo11.com


Fonte: www.apolo11.com

Comentários

Postagens mais visitadas